Coisas de irmã mais velha

Eu tenho uma irmã mais nova. Ela nasceu no mesmo dia que eu só que com 7 anos de diferença. Nós ficamos uns anos sem nos falar mas há alguns voltamos com tudo e desde então somos amigas.
Quando ela desabafa e eu a aconselho ela diz: Eita irmã, agora tu filosofou né?
Eu rio e respondo: eu posso filosofar, sou tua irmã mais velha.
O engraçado, além do deboche disfarçado dela, é que minhas tias faziam o mesmo, me aconselhavam em tom filosófico, dando lições de vida e eu as desafiava e debochava delas como minha irmã faz hoje comigo.
A vida é mesmo um ciclo. E por mais que a gente tente proteger quem a gente ama com conselhos, dicas, contando nossas vivências como exemplo de como agir ou não, não tem jeito, eles só aprendem com a própria experiência.
E aí a gente se sente impotente, mas o que podemos fazer é viver e deixar viver e caso algo dê errado, estar sempre por perto para consolar. E se der tudo certo comemorar junto.
Será que vou ter essa mesma resignação com os filhos?
"Sei lá, sei lá..."

Bejocas

Recordações de maio

Eu acho o mês de maio um mês muito bonito, apesar de ser o mês do meu inferno astral.É o mês que meu irmão nasceu, que minha prima linda Rosamaria nasceu, mês da mães, é o mês que me casei, enfim, é um mês com datas muito importantes na minha vida.
Sou geminiana, faço aniversário em 11 de junho e geralmente, contrariando todo o ceticismo do mundo, os dias que antecendem meu aniversário costumam ser bem difíceis. Espero que esse ano eu passe por eles sem muito drama.
Mas o fato é que maio traz muito boas recordações pra mim, especialmente da minha infância.
Maio é o mês Mariano, mês de Maria, mãe de Jesus e minha família por ser bastante católica, sempre acompanhou as novenas feitas para Nossa Senhora. Desde os primeiros dias do mês, a igreja organizava o roteiro de acordo com as famílias que queriam receber a imagem da santa e a comunidade da igreja para fazer as orações.
Gente era uma festa. Muita gente acompanhava o cortejo, inclusive nós, as crianças. Íamos cantando músicas como a ladainha, ave-maria, hosana (quem é católico das antigas como eu conhece todas essas cantigas).
Parávamos de casa em casa, não eram tantas casas por noite, a mais esperada era a última casa, onde a santa "dormiria". Nessas casas sempre eram servidos petiscos como bolos e sucos. As mais "abastadas" serviam chocolate quente e salgadinhos. Era uma delícia.
A parte chata, pra mim que era criança, era rezar o terço. Achava monótono, repetitivo, queria logo cantar e comer as guloseimas ( Nossa Senhora que me perdoe!). A única parte da oração que eu gostava era quando dizia "Oh Maria concebida sem pecado". Geralmente era uma pessoa só que dizia essa frase e as outras respondiam dizendo "Rogai por nós que recorremos a vós". Eu claro adorava dizer a primeira frase pros outros responderem e ficava atenta pra não perder a chance.
Eu também escrevia em casa a minha intenção ( uma oração que fazíamos individualmente em pedido a alguma graça) e sempre eu lia a minha durante as novenas. Era uma maneira de participar, de ser notada, coisa de criança saliente, como eu era. Minha mãe ficava cheia de orgulho, uma graça!!
Tá certo que as vezes eu ia meio que obrigada pela mamys, mas hoje quando lembro de tudo isso, lembro com muita saudade.
Boa parte das crianças de hoje não sabem como é isso, como é viver esses momentos de fé, de oração. Não sei se elas estão melhores ou piores assim, mas sei que a minha infância foi mais feliz porque tive momentos como esse e os compartilhava com minha família e meus amigos.
Desejo que esse mês seja de muita luz, alegrias, comemorações e zero traumas. Pra todos nós!!
Bejocas!

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